Vasco Acciaioli Valverde

Agosto 24, 2024

Entrevistámos o Student Athlete Vasco Acciaioli Valverde a estudar na Universidade de São Francisco.

Vasco seguiu o seu sonho de estudar e jogar ténis nos Estados Unidos.

És “Student Atlhete” na Universidade de São Francisco na Califórnia, é muito diferente ser estudante e alteta nos Estados Unidos de ser estudante e praticar desporto em Portugal?

Evidentemente que sim, todo o sistema de ensino universitário está virado para o desporto. As universidades funcionam como base de trabalho para que os atletas possam eventualmente seguir uma carreira de desporto profissional.

Tens todos os recursos ao teu dispor e não te falta nada para atingires os teus objetivos. Em Portugal é completamente diferente, não há estruturas de apoio, nem a nossa cultura nos permite acreditar que é possível estudar e ser um atleta de alta competição ao mesmo tempo.

Como surgiu a oportunidade de ir estudar para os estados Unidos?

Conhecia alguns jogadores de ténis portugueses que já estavam a jogar lá e eles foram uma motivação para fazer o mesmo.

Informei-me sobre tudo o que era preciso para ir para lá estudar, fiz com uns amigos um filme com algumas pancadas que pus no youtube e comecei a enviar mails para alguns treinadores americanos das universidades.

Acabei por encontrar algumas opções diferentes, e escolher a que melhor se adequava para mim.

Como é o dia a dia de um “Student Atlhete” na tua Universidade?

O dia começa cedo com treino físico ainda antes das aulas.

Normalmente componho o meu horário com aulas de manha e treinos á tarde. Tenho contudo de ter também aulas há noite para não faltar aos treinos…como vivo perto da universidade consigo ir a casa para cozinhar almoço e jantar a maior parte das vezes.

São dias atarefados mas acaba por ser uma grande experiência.

Consegues ter tempos livres, sair com amigos, jantar, ir ao cinema, etc?

Claro que sim, quando não viajamos para torneios a equipa acaba por combinar muitas coisas fora do campus. Temos tempo para tudo, conseguimos conciliar tudo se houver vontade para isso.

O que é mais desafiador, estudar ou treinar?

O mais desafiador é conciliar os dois. Os treinos são muito físicos e cansativos mas os estudos é aquilo que supostamente nos dá mais trabalho porque não nos divertimos assim tanto a fazê-lo. Na minha opinião um lado desafia o outro e vice versa!

As competências adquiridas no desporto aplicam-se aos estudos e vice-versa?

Sim absolutamente. O desporto, e especialmente o ténis faz com que nos habituemos a lidar com a pressão e o stress que vamos ter na vida profissional.

Temos responsabilidades enormes ao pertencer a uma equipa, tal como vamos ter quando tivermos um emprego nas nossas áreas de estudo.

Vamos adquirindo qualidades e habituamos-nos a um nível de responsabilidade acima da media. Muitas empresas procuram atletas por essa mesma razão.

Onde vais buscar a força e a determinação para seres bem sucedido no campo e no campus? É difícil?

A principal razão é porque faço aquilo que gosto. Isso facilita muito a tarefa. Depois o facto de lutares e jogares por uma equipa faz-te tentar sempre mais e mais.

Eu sei que se as notas e o meu comportamento no campus não for exemplar, não vou poder jogar, e ao deixar de representar a universidade posso perder a bolsa. Sem a bolsa adeus ténis que as universidades americanas são muito muito caras.

As propinas são 50 ou 60 vezes o valor que se paga em Portugal e ainda há alojamento e a alimentação, por isso tenho de manter me sempre em alerta.

Na tua opinião, quais as competências fundamentais para se ser um bom jogador de ténis?

E preciso ser muito trabalhador, paciente e determinado!

É um desporto muito duro porque estás sozinho no campo e tens que resolver as coisas sozinho, ninguém vai entrar dentro do campo a resolver os teus problemas por ti.

Manter a calma e a cabeça fria nos momentos de pressão vai determinar se és um jogador de topo ou um jogador medíocre.

Tens uma oportunidade que muitos ambicionam, o que dirias a alguém que quer fazer um percurso semelhante ao teu?’

Que o faça se tiver oportunidade para isso.

Foi a melhor decisão que já tomei em toda a minha vida. Não podia estar mais feliz com a ida para os Estados Unidos, acho uma experiência fantástica e recomendo-a a todos os atletas que queiram estudar e jogar ao mesmo tempo.

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About the Author: Cristina Moura

Profiler especialista nas ferramentas NBI® e na metodologia Whole brain Thinking. Apaixonada pela orientação vocacional, tenho como objectivo clarificar as escolhas de cada pessoa e promover a melhoria de vida daqueles que me procuram.

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Published On: Agosto 24, 2024Categories: Entrevistas, Orientação vocacional796 wordsViews: 172