Isabel Zambujal
Entrevistámos a Isabel Zambujal, escritora e ex-publicitária para saber como foi o seu percurso profissional e o que a inspirou a ser uma escritora de livros infantis.
É escritora e foi publicitária mais propriamente copywriter, as palavras foram sempre a sua grande paixão?
As ideias sempre foram a minha grande paixão e, como domino melhor a escrita do que qualquer outra arte, é com palavras que tento criar novas ideias e novas mensagens.
Claro que também me tornei uma apaixonada pelas palavras, há anos que ocupam os meus dias e temos uma relação forte e duradoura.
Profissão e hobby trocaram de posição, o que é mais fascinante ser escritora ou publicitária?
No mundo dos escritores sou uma rapariga nova, no mundo dos criativos já me consideram “entradota”. Neste fase da minha vida, é mais agradável pertencer ao mundo dos escritores.
Como é que os livros infantis surgiram na sua vida?
Um dia estava a trabalhar, como copywriter, numa agência de publicidade e uma marca de sobremesas pediu-me para escrever histórias para crianças. Nunca mais parei de escrever para os mais novos.
Os primeiros livros foram “Um Saltinho a Lisboa” e “Um Saltinho a Paris”. Também foram os primeiros destinados ao público infantil da editora “Oficina do Livro”.
No percurso que a trouxe a esta profissão quais foram os fatores determinantes para aqui chegar?
Trabalho, trabalho, trabalho e não desistir com as enormes contrariedades e desilusões que há nesta área.
Como é o seu dia a dia de escritora?
Gosto de começar a escrever cedo e, mesmo dentro de casa, sou um bocadinho nómada. Tenho diversos espaços de trabalho.
Onde vai buscar inspiração?
Estou atenta aos detalhes do quotidiano. Por exemplo, a ideia do último conto “Dias Felizes de uma Nódoa Teimosa”fui buscá-la a uma nódoa de manteiga que não largava as minhas botas preferidas.
Percebi que ser nódoa de uma bota era bem mais divertido do que estar fechada numa manteigueira. E assim nasceu uma história.
O que é mais gratificante, criar as histórias/buscar inspiração, escrever ou o contacto com o público infantil?
Todo esse processo é muito gratificante, mas a cereja no topo do bolo é o contacto com os miúdos. São surpreendentes, generosos, meigos, espontâneos, características tantas vezes raras no mundo dos adultos.
Na sua opinião, quais as competências fundamentais para se ser “um bom escritor?
Ser diferente, seja no conteúdo seja na forma, e não ter preguiça de reescrever os textos inúmeras vezes. Se necessário! Procurar ter uma voz própria, e ser corajoso para não ter medo de se expor.
Tem criado ou ajudado a criar alguns concursos para a revelação de novos escritores e ilustradores, estes concursos são fundamentais para que surjam novos talentos?
Ajudam a ganhar estímulo e autoconfiança. Penso que nunca é uma perda de tempo concorrer a este tipo de iniciativas.
O que diria a um jovem que quer ser escritor?
Que te mova a paixão e não a vaidade.